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Se todas as batalhas da

"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

TEMPO DE BALANÇO


Aquando do fecho do mercado de Verão partilhei aqui as questões que me apoquentavam no plantel do Benfica. Mercado fechado, questões em aberto. Agora temos o mercado de novo aberto e a oportunidade de fechar algumas questões. Dizia eu então que era fundamental que a resposta às seguintes perguntas fosse afirmativa:

1) Será o Svilar, apesar dos seus dezoito aninhos, um prodígio das balizas?

2) Será o Douglas um lateral competente a defender e diferenciado a atacar?

3) Teremos em Kalaica ou Rúben Dias centrais já capazes de nos dar a segurança necessária na ausência do Jardel ou do Luisão?

4) E a mais importante de todas: será o departamento médico, juntamente com a equipa técnica, capaz de diminuir a ocorrência e duração de tantas lesões? 

Pois bem, faltam apenas duas jornadas para o fecho da primeira volta e estamos a poucos dias da reabertura do mercado. É o momento certo para retomarmos estas questões e vermos que respostas foram dadas até agora.

1) Será o Svilar, apesar dos seus dezoito aninhos, um prodígio das balizas?
Talvez sim. O jovem belga já revelou características que podem fazer dele um guarda-redes de excepção. No entanto, acabou por ser lançado cedo demais e acusou a responsabilidade. Cometeu erros que lhe retiraram confiança. É vítima daquele que foi, na minha opinião, o erro capital na planificação desta época: a ausência de um GR de enorme qualidade, capaz de assumir a baliza do Tetracampeão sem vacilar. Na sua sombra, o Svilar podia crescer tranquilamente e depois aparecer em todo o seu esplendor. Por agora, a titularidade terá sido conquistada pelo Varela que, apesar de evidenciar alguns progressos, não mostra o perfil adequado para uma equipa de topo, nomeadamente o controlo da profundidade. Caso o Vlachodimos seja de facto o keeper de que necessitamos, tem de vir já no início de Janeiro.

2) Será o Douglas um lateral competente a defender e diferenciado a atacar?
A atacar sim. A defender mete dó! Depois de se perceber que o Pedro Pereira (contratado em Janeiro) não cumpria os requisitos, tivemos tempo mais do que suficiente para encontrar uma alternativa viável ao André Almeida. Acabámos por enfiar este barrete, à pressa. Ao que parece o Barcelona não aceita devoluções, mas temos mesmo de contratar outro LD. Por muito bem que ele esteja a jogar, e está, seria muito arriscado fazermos toda a segunda volta só com o André Almeida.

3) Teremos em Kalaica ou Rúben Dias centrais já capazes de nos dar a segurança necessária na ausência do Jardel ou do Luisão?
Felizmente, sim! O Rúben apareceu a alto nível e já é (creio que unanimemente) considerado o nosso melhor central. Com Jardel recuperado e o Capitão ao seu nível habitual, e realizando apenas um jogo por semana, não me parece que seja necessário reforçarmos esta posição em Janeiro. 

4) E a mais importante de todas: será o departamento médico, juntamente com a equipa técnica, capaz de diminuir a ocorrência e duração de tantas lesões? 
Aparentemente, sim (bate na madeira). Comparativamente com a época anterior, até agora não temos sido castigados por grandes lesões ou ocorrências fora do normal. Que se mantenha a tendência!

Em relação às restantes posições, continuo a achar que estamos muito bem servidos e será apenas uma questão de afinar o novo sistema táctico, para além das questões mentais de que temos falado. Com excepção do Krovinovic (provavelmente o melhor jogador do plantel, a par do Jonas), todos os lugares são preenchidos por Campeões, Bicampeões, Tricampeões e Tetracampeões. 

Em resumo, apenas duas das quatro questões que considero cruciais tiveram resposta positiva nesta primeira fase. Tivemos por isso um Benfica a iniciar a época com o pé torcido e pagámos bem caro, nomeadamente nas provas mais curtas e a eliminar. Na Liga dos Campeões fomos eliminados com estrondo. Na Taça da Liga não estivemos ao nível habitual. Na Taça de Portugal considero que tivemos azar e fomos eliminados num jogo em que jogámos melhor. Resta-nos o principal, a luta pelo Pentacampeonato. Aqui, apesar da magnífica campanha das duas super-equipas aclamadas pela crítica, estamos a um passo apenas da liderança. E se conseguirmos acertar o nosso passo, vamos mostrar que temos mais pedalada que eles! 


A estratégia de médio e de curto prazo. 
Percebo que a estratégia para este ano tenha passado por capitalizar o clube para o novo ciclo, cada vez mais assente na formação. A prioridade não terá sido o reforço imediato do plantel. Batemos o recorde de receitas (253M€), batemos o recorde de lucros (44M€) e batemos o recorde de saldo de transferências (120M€). 

Mais do que abater "drasticamente" o passivo (como pedem tantos, sem pensar no que isso implicaria), boa parte deste dinheiro servirá para aumentar a nossa capacidade de reter os maiores talentos formados no Seixal, por via do aumento dos seus ordenados. Em vez de ficarem connosco apenas uma ou duas épocas, como tem acontecido até agora, passarão a ficar três ou quatro. Quando assim for (a partir de 2020/2021), estaremos preparados para almejar objectivos ainda mais ambiciosos. (First we take Portugal, then we take Europe!)

Neste pressuposto, entendo que a Direcção tenha optado por fazer desta época que sucede a conquista do Inédito Tetra, a época de transição. Pessoalmente, gostava mais que este passo fosse dado só depois de garantido o Absolutamente Inédito Hexa, mas pode ser que ainda se consiga o melhor de dois mundos!

Entretanto, jogamos amanhã a última partida de 2017 que, lamentavelmente, servirá apenas para recuperar o ritmo de jogo antes do derby. Não sei se volto aqui este ano, pelo que aproveito para desejar a todos os leitores e amigos um excelente Ano Novo com muita Saúde e Alegria! E com muitas vitórias do nosso BENFICA!






quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

MAIS UM SOLUÇO



Parecia que íamos dar mais um passo no rumo certo, a avaliar pela bela jogada que deu golo logo no primeiro minuto, mas não! Ainda não foi desta que conseguimos engrenar uma série de vitórias consecutivas. Os motores ainda só rugem baixinho... e com soluços. No campeonato vencemos cinco dos últimos seis jogos, mas quando se metem outras competições pelo meio derrapamos inexplicavelmente.

Sinceramente, não consigo perceber! Não concordo nada com a teoria de que nos falta qualidade no plantel. Ok, na baliza não estou assim tão descansado. O Varela tem limitações e o Svilar, apesar do potencial, tem acusado a responsabilidade e mostra-se inseguro. Mas para as outras posições temos elementos com provas dadas e alternativas à altura. Falta apenas um segundo lateral-direito para concorrer com o André Almeida, que, diga-se de passagem, tem estado muito bem nos últimos jogos. O eixo da defesa, a outra posição desguarnecida no mercado de Verão, está assegurado pelo essencial Luisão, pelo revigorado Jardel e pelo excelente Rúben Dias. A partir daqui estamos a falar de Campeões, Bicampeões, Tricampeões e Tetracampeões. Não, não é por falta de qualidade.

Uma equipa sem qualidade não conseguiria fazer os bons (por vezes excelentes) jogos que já fizemos esta época. Mais do que um problema de falta de qualidade, o que nos tem prejudicado é a falta de regularidade, a inconstância nas exibições. Algo está a obstruir o desempenho regular da equipa. Esta primeira metade da época tem-nos mostrado um Benfica aos soluços, incapaz de atingir a sua velocidade cruzeiro. É urgente que o mister Rui Vitória identifique e elimine as causas destes soluços. E aquelas substituições ontem, ó mister!?

Ontem assistimos à repetição do triste filme que nos tem assombrado esta época. Início fulgurante, vantagem madrugadora e consequente apagão geral da equipa!
Marcamos um golo e baixamos os níveis de intensidade. Damos bola e espaço ao adversário. Concedemos oportunidades de golo. Aumenta a insegurança. Os erros não-forçados sucedem-se. E desbaratamos a vantagem. Na fase em que estamos, nem com uma vantagem de dois golos podemos descansar. Temos de continuar a carregar até chegar ao terceiro. Aí chegados, sim, que se entre em gestão do jogo e do resultado.

Já não dependemos de nós na Taça da Liga. Uma vitória do Setúbal amanhã deixa-nos fora da competição. Uma vitória do Braga quase arruma a questão. Resta-nos torcer pelo empate e ver se conseguimos terminar o ano com uma vitória folgada no Bonfim. A ver vamos.

Em relação ao campeonato, a conversa é outra. Está perfeitamente ao nosso alcance e não são os três pontos de atraso que me assustam. O que me preocupa é a maldita irregularidade que não nos larga. Mantenho a ideia de que os adversários já atingiram o seu patamar máximo e nós ainda temos margem de progressão. Caso se confirmem as perspectivas mais optimistas, apresentadas nos jogos com o Rio Ave e com o Tondela, teremos todas as condições para terminarmos como de costume. Em primeiro!



                             Ficha do jogo (aqui)


segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

RUGEM BAIXINHO OS MOTORES




Confirma-se a evolução do processo no novo sistema táctico! O jogo de Vila do Conde, malgrado o resultado, já dera indicações nesse sentido. Ontem, é verdade que perante uma equipa de calibre inferior ao Rio Ave, pudemos assistir às virtudes deste 4-3-3 em todo o seu esplendor. Mobilidade permanente dos sete elementos participantes no processo ofensivo, com inclusão dos laterais. Circulação da bola a toda a largura e profundidade. Muita gente a aparecer em zonas de finalização. Excelente reacção à perda e rápida reciclagem dos ataques. Muitos e belos golos! O terceiro então, meus senhores, é do melhor a que podemos assistir neste magnífico desporto. Toda a jogada é uma demonstração do mais puro footbal association e aquela finalização até parecia futsal: o Salvio Ricardinho pica a bola por cima de um adversário e o Pizzi Ricardinho enche o pé e nem a deixa bater. Golão!!




Os maestros Pizzi e Krovinovic empunharam as batutas e leram a partitura. Os restantes elementos dançaram ao tom...dela.

                                    A vantagem de termos dois distribuidores 
                                    e a mobilidade do Jonas:
                                   No papel parece confuso, não é? 
                                   No campo ainda confunde mais quem os tenta parar.


E numa força invencível o carrossel benfiquista engoliu os beirões. 
Há muito que esperávamos o renascer dos campeões. 

O passado foi lá atrás
A mudança para o 4-3-3 é uma escolha que se faz
Ontem percebemos do que esta equipa é capaz.

Rugem baixinho os motores
Será desta que descolam, os nossos jogadores?
E nasce de novo o dia nesta nave benfiquista. 
Um pouco de fé e vamos à conquista!


Os Xutos não me levarão a mal esta reles adaptação de um dos seus maiores hits. Já agora, ouçamos a versão original.




                            Olha quem voltou!, diz o Jonas. 
                            E que venha para ficar, digo eu!



                            Fortíssimo, o Salvio!


                            Ficha do jogo (aqui)

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

TAÇA AMARGA


É fácil pegar no resultado e lançar mais um chorrilho de críticas ao treinador e aos jogadores. Fácil e injusto. O que aconteceu em Vila do Conde foi... Futebol. Um jogo com muita intensidade e muita emoção, com ambas as equipas a demonstrarem grande atitude e ambição e a tentarem impor o seu futebol. O Benfica mais forte a pressionar e a atacar, a criar mais e melhores oportunidades, a cometer alguns erros e a ser castigado por vários azares. Num contexto mais favorável, com uma série de vitórias consecutivas e bons desempenhos em todas as competições, teríamos maior capacidade de encaixe para aceitar esta derrota e perceber que foi isso que aconteceu. Uma derrota perante uma boa equipa numa partida em que jogámos melhor mas não tivemos a sorte do jogo.

Significa isto que fizemos tudo bem e não há nada a melhorar? Claro que não! Cometemos erros a defender e não fomos suficientemente eficazes na finalização. Por seu turno, o Rio Ave comprovou que é uma das equipas que melhor futebol pratica em Portugal, foi fiel aos seus princípios, foi eficaz e teve sorte.

Fizemos uma excelente primeira parte. Pressão alta com muitas recuperações de bola no último terço, boas combinações ofensivas com trocas de posição entre os jogadores da frente, muitas finalizações e várias oportunidades de golo. Infelizmente, marcámos apenas um. Devia ter valido por dois, pois foi mais um golão do Jonas, mas só contou um. 

Logo no início da segunda parte, o primeiro azar. O Cervi, que até estava a ter um bom desempenho, intercepta um passe longo, procura sair a jogar mas troca os pés e escorrega. Mérito para o Rio Ave no aproveitamento do lance para fazer o empate. Continuámos a pressionar alto e a criar situações de algum perigo, mas o Rio Ave persistiu no seu modelo de construção desde trás e conseguiu sair mais vezes do que na primeira parte. Aos 62', um grande golo do Rúben Ribeiro a rematar em arco entre quatro opositores. Um lance ao nível dos melhores executantes. Continuámos a atacar, mas com menos discernimento. Aos 83', o penalti batido pelo Jonas, com força mas muito ao centro da baliza, é defendido pelo Cássio. Agora é fácil falar, mas com o Raúl em campo deve ser ele o escolhido para marcar os penaltis - ainda não falhou nenhum na sua carreira.


Mesmo assim, ainda tivemos tempo para chegar à igualdade num golo à Capitão. Que infelizmente se lesionou (e a falta que nos faz!) aos 90' e nos deixou em inferioridade numérica para o prolongamento. Pior ainda que ficarmos com dez foi a composição da equipa que entretanto resultara das substituições:

Varela
Salvio, Almeida, Jardel e Zivkovic
Fejsa e Krovinovic
Raúl, Jonas e Seferovic

Pode-se dizer que o Rui Vitória arriscou demais, mas fez a terceira substituição (saída do Grimaldo para a entrada do Seferovic) aos 85' quando ainda perdíamos por 2-1 e buscávamos desesperadamente o empate. 

Se não fosse a lesão do Luisão, ficaríamos com uma equipa muito balanceada para a frente, é certo, mas com todas as condições para discutir o prolongamento. Assim, pagámos caro a ousadia (e o azar) e sofremos o terceiro num ressalto, logo no início do tempo extra. Ainda podíamos ter levado o jogo para os penaltis num excelente remate do Seferovic, mas o Cássio não deixou.

Em resumo, pela positiva: 
Notória evolução do processo ofensivo;
Atitude irrepreeensível de toda a equipa. 

Pela negativa:
Falhas de concentração e dificuldade em controlar o jogo;
Falta de eficácia na finalização.

Já sabemos que esta época não participaremos na festa do Jamor e não conquistaremos a nossa vigésima sétima Taça de Portugal. Resta-me dar os parabéns ao Rio Ave e desejar que, já agora, sejam eles a conquistá-la!


                             Ficha do jogo (aqui)
                            




segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

TRÊS PONTOS E PRONTO



Vitória justa e indiscutível do Benfica sobre o Estoril num jogo bastante entretido, com várias ocasiões de golo de parte a parte. Pessoalmente, gosto mais daqueles jogos aborrecidos em que ganhamos 2-0 e não damos oportunidades ao adversário. Mas pronto, o principal foi conseguido. 

Gostei de vários momentos do nosso jogo ofensivo. Bons contra-ataques que resultaram em golos (os dois primeiros) e boas combinações ofensivas protagonizadas pelo triângulo Grimaldo-Krovi-Cervi. Gostei também das exibições do Luisão e do André Almeida. Destaque ainda para as defesas do Varela a tirar golos ao Estoril. Entre os postes é tão bom quanto os melhores.

Não gostei da passividade defensiva de quase toda a equipa. Sem desprimor para o Estoril, que apesar do último lugar na tabela mostrou alguma qualidade, não podemos deixar que os adversários cheguem tantas vezes e com tanta facilidade à nossa área! No sistema actual, só o Jonas pode (e deve) ficar dispensado de pressionar e defender. Todos os outros têm de ser muito mais participativos no processo defensivo. Certamente há ajustes a fazer no comportamento colectivo em organização defensiva. É preciso não esquecer que este Benfica é um work in progress, com a inclusão de novos jogadores e a introdução do novo sistema táctico. Mas para além dos aspectos colectivos, o comportamento individual dos jogadores em acção defensiva também tem de melhorar. Temos de ganhar mais duelos e temos de ganhar mais sprints! Só é permitido descansar em cima de uma vantagem de três golos, dois não dá direito a descanso. Ganhámos e ganhámos bem, mas sofremos mais do que devíamos.

Segue-se agora uma prova difícil perante uma das equipas que melhor futebol pratica em Portugal. Quarta-feira em Vila do Conde teremos de nos apresentar uns furos acima do que fizemos no Sábado. É obrigatório ganhar, não só porque é um jogo a eliminar, mas também porque temos de encarrilar uma série de vitórias consecutivas. Vamos a isso!


                            Ficha do jogo (aqui)



quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

CONTER OS DANOS E CERRAR FILEIRAS




É a única coisa a fazer agora! Não podemos deixar que a desastrosa campanha europeia desta época contamine o objectivo PENTA, que está intacto. Não se trata de escamotear a verdade. As razões para este desaire devem ser analisadas internamente e tomadas as medidas necessárias para que não se repita. Na próxima época teremos de nos apresentar muito mais fortes logo desde o início, pois numa competição tão curta as primeiras jornadas são determinates. Precisamos de retomar o processo de convergência com a elite europeia. Temos de alimentar o sonho!

A meu ver, o objectivo mínimo do Benfica europeu deverá ser o apuramento na fase de grupos da Liga dos Campeões. Consolidar a presença no G16. A partir daí, há que reconhecê-lo, ficamos muito dependentes do que ditar o sorteio. Vimos de duas épocas consecutivas a atingir esse objectivo (feito inédito), incluindo uma honrosa participação nos Quartos-de-Final. Este ano não conseguimos os "mínimos olímpicos". Paciência. As seis derrotas em seis jogos são apenas um pormenor estatístico. O que nos matou foi a prestação nas duas primeiras jornadas (e o verdugo Malenco). O resto foi consequência.

Agora o que importa é limitar os danos. Isolar esta competição. Assumir que não estivemos à altura, mas impedir que o insucesso neste objectivo contamine os restantes. Rumar ao Penta!

Em relação ao jogo de ontem, sinceramente, não me apetece falar muito (ficha do jogo aqui). A competição já estava perdida e a motivação não podia ser mais baixa. Até eu, habitualmente entusiasta, fui à Luz só porque...jogava o Benfica. Percebo e concordo com a opção do míster em mudar quase toda a equipa. O que interessava era poupar os titulares dos próximos jogos. Não era ontem que íamos resgatar a nossa reputação na Liga dos Campeões. Será na próxima edição.

O problema de mudar tantos jogadores de uma assentada é que acabamos por ficar sem perceber se alguém soma créditos para os jogos seguintes. A falta de entrosamento colectivo não permite que ninguém se destaque pela positiva. Por exemplo, o João Carvalho. Noutro contexto, entrando apenas ele juntamente com os habituais titulares, podia mostrar o seu valor e justificar a permanência no plantel a partir de Janeiro. Assim, apesar de alguns pormenores técnicos de qualidade (ou não fosse ele um produto do Seixal), pareceu-me sempre inconsequente. Fica a dúvida. Dúvidas que já não tenho em relação a outros: Douglas e Gabriel são para devolver à procedência asap. O Lisandro, tenho pena, mas já não acredito que consiga melhorar. Quando um central insiste em sair da grande área a fintar os adversários que lhe aparecem pela frente...Ora, porra! 

Mas pronto, deixemos isso! Reforço a ideia:

Agora o que importa é limitar os danos. Isolar esta competição.  Assumir que não estivemos à altura, mas impedir que o insucesso neste objectivo contamine os restantes. Rumar ao Penta!

Limpar a cabeça e ganhar ao Estoril no Sábado. E depois ao Rio Ave na Taça de Portugal. E depois, novamente na Liga, ao Tondela. E finalmente ao Portimonense e ao Setúbal na Taça da Liga. Se assim fizermos, conseguiremos deitar para trás das costas o desaire europeu e entrar no Novo Ano com confiança renovada. Em perfeitas condições anímicas para o derby de 3 de Janeiro.

Claro que cabe essencialmente ao treinador e aos jogadores fazerem o que tem de ser feito para ganharmos o quinto campeonato consecutivo (sim, é disso que se trata: lutar pelo quinto campeonato consecutivo, é esta a nossa crise) e mais duas taças. Cabe-lhes essencialmente a eles. Os mesmos que nos trouxeram até aqui, convém não esquecer. Mas também nós, benfiquistas, temos uma palavra a dizer. Nos cafés, nas ruas, nas televisões e nas redes sociais, mas principalmente nos estádios. 

Como é? Vamos ficar a chorar sobre o leite derramado e a minar as nossas possibilidades? Ou vamos cerrar fileiras e lutar com todas as nossas forças para podermos cantar VITÓRIA no fim?










segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

A LEBRE E A TARTARUGA


O Porto já terá atingido o seu auge futebolístico esta época e o Benfica ainda está em crescendo. Esta é a ideia principal com que fico do Clássico da passada sexta-feira. E é uma ideia bastante animadora, tendo em conta que acabámos de entrar no segundo terço do campeonato e estamos apenas a três pontos do topo, já cumprida a deslocação mais difícil da prova. 

O empate não foi bom para nós, mas foi pior para eles. Não foi bom para nós porque continuamos atrás. Mas foi pior para eles, pois não conseguiram tirar partido do factor casa e alargar a distância. Além disso, deviam estar mesmo convencidos que iam ganhar e a frustração foi enorme - "tenho o balneário destroçado", admitiu o Sérgio "birras" Conceição, no final do jogo. O característico carrossel emocional do treinador do Porto será um factor a nosso favor na luta pelo Penta.

Quando "a melhor equipa do campeonato", segundo alguns, faz o melhor arranque das últimas décadas e não alcança mais do que três pontos de vantagem, mesmo depois de já ter recebido o rival e ter contado com a ajuda do árbitro, então ficamos com a noção de que o melhor está mesmo por vir. E o melhor, claro está, é este Benfica em evolução e em processo de consolidação de um novo sistema táctico. A lebre azul vive de correrias, muita força e muita pancada. A tartaruga encarnada procura o seu passo humilde e tenazmente. Esperemos que, tal como na fábula, a tartaruga celebre no fim!



O jogo
Entrámos bem e nos primeiros vinte a vinte e cinco minutos fomos claramente superiores. Ainda que sem criar grandes ocasiões, tivemos muitas chegadas à área portista e não os deixámos sair com perigo. A pouco e pouco, através de passes longos para o Marega, o Porto foi-se soltando da nossa pressão e conseguiu equilibrar a contenda até ao intervalo.
A segunda parte foi deles. Valeram-nos a enorme entrega dos nossos jogadores, a concentração defensiva (atenção, Grimaldo!), as defesas do Varela e a inaptidão técnica do Marega. O maliano tem muita força mas pouco engenho. Esse é um problema deles. O nosso é arranjarmos forma de tirar proveito do Jonas neste tipo de jogos. Ou então, optar por outra solução.

Tal como eu previra na antevisão do Clássico, passámos muito tempo longe da baliza adversária e sem conseguir ligar o jogo com o nosso ponta-de-lança. Neste contexto, não só não tiramos partido da qualidade diferenciada do Pistolas, como também não temos possibilidade de esticar o jogo na frente explorando as costas da defesa contrária. A segunda parte foi um sacrifício tremendo para o Jonas, isolado e entregue às brutalidades do Filipe vale-tudo, que continua a gozar de imunidade arbitral. Quem podia ter virado as coisas a nosso favor foi o Zivkovic, que voltou a entrar muito bem, mas infelizmente não beneficiou da mesma condescendência com que o Jorge Sousa tratou os jogadores do Porto e foi expulso após seis minutos em campo. Ainda tivemos uma excelente ocasião pelo Krovi, mas o José Sá saiu muito bem. 

Pronto, este já está na pasta dos arquivados. Estamos vivos e com razões para encararmos com optimismo o muito que falta para jogar até Maio!


Benfica - Basileia
Jogamos amanhã a última jornada da Liga dos Campeões que não nos deixará saudades. Se há ocasiões em que faz sentido preparar um jogo a pensar no seguinte, esta é uma delas. Se fosse eu, entrava para o jogo com os suíços com os jogadores que não farão parte do Onze de Sábado, com o Estoril.

                                     Ficha do jogo (aqui)