Páginas

Se todas as batalhas da

"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

domingo, 14 de maio de 2017

DÁ CÁ MAIS CINCO! O TETRA JÁ ESTÁ!




Guardámos o melhor para o fim! Só nos nossos melhores sonhos podíamos pedir uma vitória assim! Uma goleada de mão-cheia num jogo tão decisivo, tão histórico!

Nós merecíamos. Nós que fizemos a maior travessia do deserto na história do Benfica nos campeonatos nacionais, merecemos viver o momento em que fazemos história ao vencer o inédito Tetra! Nós que passámos dez anos sem ganhar, damos um valor especial a esta conquista.

O Tetra deve-se a todos os jogadores que ajudaram o Glorioso a vencer estes quatro campeonatos. Também ao Jorge Jesus e à sua equipa técnica. Deve-se à Direcção e a todo o staff. Deve-se a um plantel recheado de grandes jogadores e grandes profissionais. E a um homem com as qualidades e competências do mister Rui Vitória, que perante tantas adversidades (e este ano, a maior foi a onda de lesões), foi capaz manter o rumo e alcançar este importante objectivo, que já nos escapara por cinco vezes!






(Isto hoje tem de ser à base de frases soltas, que ainda estou meio ressacado e com dificuldade em organizar as ideias. E rouco, se bem que isso não se note na escrita.)





.. e o Carrillo é campeão!
(cantado pelo próprio)



Eu sabia! Eu sabia que o Ederson ainda havia de fazer uma assistência! Disse-o várias vezes no final da época passada e escrevi-o aqui. Não escondo que me dá um gozo especial ter adivinhado uma raridade destas!









Dizem que é lento, mas ontem ninguém o apanhou...











Estrutura.









Foi lindo o penalti que o Estádio da Luz ofereceu ao Capitão. Mas não quis marcar e o Jonas bisou.

Foi lindo o abraço do Júlio César ao Rui Vitória, no fim do jogo.

E o Jonas? Que nem no autocarro deixou de distribuir jogo, quero dizer, bujas!


E o pessoal nas bancadas, a festa que fez! Por falar nisso, deixo aqui o texto que escrevi o ano passado quando nos sagrámos Tricampeões. Uma singela homenagem aos 65 mil de ontem e mais de 1 milhão e duzentos mil ao longo da época. Bem hajam!



Poucos instantes antes de começar o jogo olho em meu redor para sentir o pulso à bancada. Confirmo a assiduidade dos habituais titulares e congratulo-me com a presença de muitos reforços. A senhora de sessenta e tal anos das meias berrantes que não falhou um jogo em toda a época. O tipo que fuma cigarros uns atrás dos outros e resmunga a cada passe falhado. A garota de cinco anos que aperta a mão do pai e lhe pede a camisola do Jonas. Os dois amigos que discutem cada lance como se fosse o último. Lá estão os meus primos com os cachecóis dos dias especiais.  A equipa de alentejanos que veio em excursão. A mãe com o filho, futuro craque certamente. O grupo de universitários que percebo pela pronúncia serem das Ilhas. Um homem barbudo com ar sisudo que observa tudo com distância científica, talvez seja um sociólogo efectuando trabalho de pesquisa. O senhor com mais de oitenta anos que ultrapassei nas escadas acaba de se sentar, amparado pelos netos. E muitos milhares mais! Vamos cantar pelo Benfica que é o maior em Portugal! Sinto uma ligação fraternal a todos e sei que o propósito que nos une é de uma beleza extrema! Ajeito os óculos e preparo-me para assistir ao último jogo da época na Luz. Antecipo as saudades que vou ter disto. Tenho seguido à risca o apelo do mister quando ele diz: "venham jogar connosco!". Já não corro tão depressa como noutros tempos, mas a cantar/gritar e a aplaudir estou no topo da minha forma. Sinto que todos temos contribuído para esta caminhada. Todos temos ajudado a acender esta chama que nos anima! O joguinho correu bem. Tivemos sorte, eh eh! Haverá comunicado a acusar o Benfica de ter utilizado quase sessenta e cinco mil jogadores não-inscritos na Liga?... Após o apito final volto a olhar em redor para absorver as emoções da bancada. O grupo de alentejanos e os universitários das Ilhas replicam os cânticos da claque e fazem "moche"! A sexagenária das meias berrantes dança uma coreografia inspirada nas bailarinas de um artista pimba! Os dois amigos que discutem todos os lances pulam abraçados! A garota de cinco anos trepa pelo ombro do pai e insiste que quer a camisola do Jonas. A mãe do futuro craque filma tudo para a posteridade. O devorador de cigarros ergue os punhos para o céu e dedica a vitória a alguém que já partiu. O senhor de oitenta e tal anos aplaude descompassadamente e grita "Benfica! Benfica!" com a voz embargada. O barbudo com ar sisudo morde o lábio inferior mas não evita que as lágrimas lhe caiam pelo rosto. Os meus primos abraçam-me e os óculos saltam para a fila de baixo. Não faz mal, já vi o que queria. 



Sem comentários:

Enviar um comentário

Partilha aqui a tua opinião