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Se todas as batalhas da

"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

segunda-feira, 23 de abril de 2018

AS SETE VIDAS DO TETRACAMPEÃO




"Peço ao Raúl para fazer de Jonas ou peço à equipa para adaptar o jogo em função do Raúl?" Imagino que terá sido este o dilema do Rui Vitória na preparação do confronto com o Estoril. É uma questão pertinente e que acabou por não ter uma resposta conclusiva. 

Sem o Jonas, já se sabe, a qualidade do nosso jogo interior fica comprometida. Por outro lado, com o Raúl ganhamos maior capacidade de pressão sobre a linha defensiva adversária e a possibilidade de explorar o espaço nas costas. Ou seja, no papel podemos manter o mesmo sistema, trocando um pelo outro. Na prática, pede-se uma adaptação do modelo, sobretudo no último terço, no serviço ao ponta-de-lança. 

O Jonas é incomparavelmente superior em certos aspectos, como a recepção orientada, o passe curto e a movimentação entre linhas. É muito mais esclarecido na organização do ataque e tem uma enorme influência sobre os colegas mais próximos. É como se fosse um dois-em-um, um Dez e um Nove. Não se pode pedir ao Raúl que replique as acções do Pistolas, pois não tem os mesmos atributos. Mas podemos aproveitar melhor as valências do Furacão Mexicano, nomeadamente a sua maior amplitude de movimentos na frente de ataque. Acho que quer contra o Porto, quer contra o Estoril, esta situação podia ter sido mais bem explorada.

Estoril - Benfica
Ainda assim, fizemos uma primeira parte bastante razoável na Amoreira. Tivemos fluidez na construção, recuperámos muitas bolas no meio-campo ofensivo e criámos algumas oportunidades. No entanto, lá está, a ligação com o ponta-de-lança não foi a melhor. Faltou alguma afinação no último passe, ou mesmo na finalização, para podermos chegar ao intervalo com uma vantagem mais confortável. Até fizemos um golo cedo, numa excelente abertura do Zivko para a desmarcação do Rafa. Podíamos ter feito pelo menos mais um. Aliás, seria provável fazermos mais um se o árbitro do Sporting, o Hugo Macron, tivesse assinalado o penalti sobre o Raúl. 

Voltámos a entrar muito mal na segunda parte e adivinhava-se o golo do Estoril, que surgiu aos 63', depois de outro, bem anulado, aos 50'. Seguiu-se um período de jogo muito incaracterístico, com bola cá, bola lá, em que as nossas melhores ocasiões surgiram de contra-ataques rapidamente conduzidos, essencialmente pelo Rafa. Mas o tempo passava e não havia meio de repormos a vantagem. O empate significava a capitulação na luta pelo Penta. Sobrava ansiedade e faltava discernimento.

Salvios pelo Toto
Raça, crer e ambição! Foi esta a receita para chegarmos à vitória e ninguém melhor que o enorme Tetracampeão, Toto Salvio, para personificar esta atitude de uma equipa que teima em não desistir. Ganhámos e ganhámos bem, mas com mais sofrimento do que seria necessário. Enfim, como já tenho dito, se for preciso sofrer desta maneira para festejarmos no fim, eu pago o preço. O coração há-de aguentar! Continuamos na luta e hoje ainda acordámos em primeiro. Resta-nos agora torcer pelo Vitória de Setúbal...

Copo meio cheio
É assim que escolho olhar para o desempenho do Rafa na Amoreira. Se ele conseguir marcar um golo, ou fazer uma assistência, em cada jogo, "perdoo-lhe" o desperdício de duas ou três oportunidades. Em boa verdade, foi ele que as criou com a sua técnica refinada e velocidade estonteante.

                             Ficha do jogo (aqui)

segunda-feira, 16 de abril de 2018

ISTO AINDA NÃO ACABOU!



Ficámos numa situação muito desconfortável, mas é proibido desistir! Resta-nos vencer os quatro jogos que faltam e torcer por uma derrota ou dois empates do Porto. É difícil, não é impossível. 

O resultado justo, atendendo ao futebol apresentado por ambas as equipas, era o empate. Com uma arbitragem imparcial é muito provável que tivesse sido esse o desfecho. Mas não seria de esperar tal coisa dum Soares Dias num Benfica - Porto.

Notou-se muito a ausência do Jonas no Onze e notou-se muito a ausência do Raúl no banco. Faltou-nos aquela calma e qualidade na organização do ataque que o Pistolas nos dá. E depois faltou-nos o efeito Raúl, vindo do banco, para mudar o jogo na segunda parte. 

A ordem era clara: não facilitar no terço defensivo e não arriscar a sair em construção desde trás. Logo à partida, esta estratégia obrigou a equipa a jogar de forma diferente do seu modelo habitual. Talvez por isso, a bola não chegava "redondinha" ao último terço e, apesar do volume ofensivo produzido na primeira parte, só criámos uma situação de golo iminente (Pizzi, aos 45'). Mas fomos claramente superiores nos primeiros quarenta e cinco minutos.

Na segunda parte senti a equipa perdida entre a vontade de ganhar e o medo de perder. O Rui Vitória deu sinais contrários na forma como mexeu na equipa. A entrada do Salvio fez sentido, mas devia ter saído o Cervi e não o Rafa. As entradas do Samaris (pelo Cervi) e depois do Seferovic (pelo Pizzi) manifestam alguma indefinição. Com o aproximar do fim, o Porto assumiu mais o jogo e foi à procura do único resultado que lhe interessava. Acabou por ser feliz no remate do Herrera, aos 90', após vários ressaltos em que os nossos não conseguiram afastar a bola. Nos dois minutos jogados, dos quatro "dados" como tempo de compensação, ainda podíamos ter chegado ao empate, se tivesse sido assinalado o penalti cometido sobre o Zivkovic. 

Sinceramente, esperava mais da nossa equipa. Mesmo sem Jonas. Não conseguimos impor o nosso jogo durante muito tempo, nem conseguimos controlar o adversário, como se impunha. Agora, só há uma coisa a fazer: ir ganhar ao Estoril! Isto ainda não acabou!

                              Ficha do jogo (aqui)

Benfica Sempre!
Moro no Seixal, perto do nosso Centro de Treinos. De manhã, no meu caminho para o trabalho, costumo cruzar-me com vários dos nossos jogadores no seu caminho para o trabalho. Aí há tempos, achei por bem pendurar um cachecol do Glorioso na janela do meu carro no momento em que saio de casa. Ao longo do trajecto comum, o cachecol permanece pendurado na janela, esvoaçando livremente, como que saudando quem passa. Depois retiro-o. Quando passo pelos nossos jogadores, não grito, não gesticulo, não buzino. Simplesmente, utilizo o cachecol como quem diz: "Bom dia, vizinho. Bom trabalho! Estamos juntos!" E juntos seguimos. Ah, o dia em que me lembrei de iniciar este simples ritual foi a manhã seguinte a termos levado cinco do Basileia.



sábado, 14 de abril de 2018

Um jogo daqueles!




Este é um daqueles jogos para:

o Guerreiro Jardel impor a sua lei pela terra e pelo ar;
o Zivkovic encher o campo e rasgar a oposição;
o Pizzi dirigir com mestria as manobras da nossa equipa;
o Jonas destruir o mito de que não marca nestes jogos;
o Cervi crescer ainda mais nos nossos corações;
o Rafa mostrar o enorme jogador que pode ser, usando toda a sua inteligência, técnica e velocidade;
o Fejsa estar ao seu nível;
o Grimaldo mostrar que consegue ser tão eficaz a defender como a atacar;
o Rúben fazer uma inesperada progressão com bola e provocar um desequilíbrio fatal na defesa contrária;
o Senhor Almeida confirmar a excelente época que está a fazer;
o Varela mostrar que esteve lá quando foi preciso;
o Salvio ajudar a equipa a esticar o jogo e a ganhar faltas perigosas;
o Furacão Raúl ser novamente decisivo e aplicar o xeque-mate ao adversário;
o Capitão Luisão e demais companheiros no banco acrescentarem as soluções necessárias.

Este é um jogo daqueles! Um jogo para campeões, os nossos Campeões!

E agora calo-me. Tenho que poupar a garganta para amanhã. Vão ser dez minutos a cantar "Eu amo o Benfica" ... e mais oitenta e tal, pelo maior de Portugal!

RUMO AO PENTA, MEU BENFICA!!

PS: Acho que vamos ganhar 3-1.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Custou, mas foi!
























Os nossos meninos
O Jonas, esse menino mimado pela Família Benfiquista, queixou-se das costas e ficou suspenso na bancada, a torcer como nós. O Raúl, menino corajoso, aproveitou a titularidade para fazer o mesmo que o Pistolas costuma fazer quando joga: golos! O Cervi, o Zivko e o Rafa, como meninos atrevidos que são, procuraram sempre criar problemas aos adversários, ainda que nem sempre o tenham feito da forma mais objectiva. Mais dificuldades tiveram os meninos Jardel, Fejsa e Rúben, condicionados pelos cartões amarelos e com medo de serem... suspensos. Quem entrou a todo o gás foi o menino Toto Salvio, que quase fazia um golo e ganhou o penalti indiscutível que nos deu a vitória, ao minuto 92. Os restantes meninos não estiveram mal, nem particularmente bem. Sendo que o menino Grimaldo, no plano defensivo, esteve aquém do necessário. O que nunca lhes faltou foi uma enorme entrega na busca da vitória!

Como se esperava, foi um jogo difícil e tivemos de sofrer até ao apito final para podermos festejar no bom fim. Se o preço a pagar pelos três pontos em cada jogo for este sofrimento, eu pago. O coração há-de aguentar! Assim a equipa demonstre essa crença e essa garra, que não lhe faltará a força que vem das bancadas, como mostrámos em Setúbal.

É TÃO BOM VIVER NO BENFICA!


O jogo
Não conseguimos desenvolver as combinações com a qualidade habitual pelo corredor central, em parte porque o apoio frontal e o passe curto não são os pontos fortes do Raúl. Pelos flancos também não foi fácil, dada a forma como o Setúbal conseguiu sempre colocar muitos elementos na zona da bola. Ainda assim, na primeira parte criámos várias situações de golo e podíamos ter completado a reviravolta nos primeiros quarenta e cinco minutos. Fizemos apenas um, com boa assistência do Rafa e excelente finalização do Raúl, de pé esquerdo.

Na segunda parte, sofremos dois sustos valentes e acabámos por não criar tanto perigo como na primeira. Mas quem porfia sempre alcança. Agarrámos o jogo e fizemos pela vida! Ainda não foi desta que o Raúl falhou um penalti, e assim somámos a nona vitória consecutiva. Venham os próximos!

                             Ficha do jogo

Têm o que merecem
O circo do Lumiar está on fire! Ou, como eu gosto de dizer, é o Sporting a ser Sporting. Os sócios que votaram no grunho uma e outra vez e ainda lhe reforçaram os poderes quando ele fez o ultimato, têm o que merecem. Os sócios que nem se deram ao trabalho de ir lá votar para correr com ele também têm o que merecem. Só tenho alguma pena dos jogadores, coitados, não mereciam esta sina. (Com excepção do Coentrão).

É TÃO BOM VIVER NO BENFICA!

quinta-feira, 5 de abril de 2018

OPERAÇÃO BONFIM




Vitória de Setúbal - Benfica, Sábado às 20h30. Só este jogo interessa! Nem sei qual é o seguinte. Só sei que temos que entrar na máxima força e dar tudo para vencermos esta final. E a máxima força nesta altura passa, certamente, pela repetição do Onze que tem sido utilizado nos últimos jogos. Incluindo, obviamente, o Jardel e o Fejsa. E a entrada do Raúl na segunda parte, seja para ajudar a segurar uma vantagem, seja para aplicar o efeito-Mantorras. 

Conseguimos tomar a dianteira na entrada para a recta final do campeonato, o que é bastante animador. Contudo, um ponto de vantagem, quando ainda faltam disputar dezoito, apenas significa que não podemos vacilar. Nem vale a pena compararmos os graus de dificuldade dos calendários de Benfica e Porto, pois nesta fase a prática faz questão de contrariar a teoria, sem respeitar a "lógica".

Ainda assim, gostaria de salientar dois aspectos que, acredito, nos dão alguma vantagem. A primeira é a qualidade do futebol que praticamos. Quer se queira, quer não, a qualidade do futebol que se joga tem um bocadinho de influência nos resultados. E pelo menos desde o início de Janeiro que somos a equipa que melhor futebol pratica em Portugal. Temos jogado a um nível muito superior ao alguma vez apresentado pelos outros pretendentes ao título. Os pontos acumulados confirmam-no. Desde o dérbi, a 3 de Janeiro, recuperámos seis pontos em relação ao Porto e nove em relação ao Sporting. Acresce que os nossos jogadores chegam a esta fase da época no topo da sua forma, enquanto os adversários acusam enorme desgaste e apresentam boletins clínicos mais carregados.

O outro aspecto em que levamos vantagem é a parte emocional. A maturidade dos nossos jogadores e treinador é uma mais-valia que poderá fazer a diferença a nosso favor neste sprint final. A instabilidade emocional do boneco Conceição não podia ser mais contrastante com a impassibilidade do Senhor Rui Vitória. A ansiedade acumulada pelos jogadores do Porto ficou bem patente no Restelo. A experiência acumulada pelos nossos Campeões não tem paralelo em Portugal.

Mas estas considerações não nos asseguram absolutamente nada. A única coisa que importa é somarmos os três pontos na batalha do Bonfim! É para isso que a nossa equipa tem trabalhado ao longo da semana. É para isso que a iremos apoiar do primeiro ao último minuto de jogo. Lá estaremos, na Onda Vermelha que vai inundar a cidade do Sado, em busca da nona vitória consecutiva! 

É RUMO AO PENTA, MEU BENFICA!!


segunda-feira, 2 de abril de 2018

Afinal ganhámos um ponto quando fomos empatar ao Restelo!


De resto, não muda nada. É ganhar em Setúbal!
Carrega BENFICA!!!!!

UMA OITAVA ACIMA



Não terá sido o jogo mais conseguido da corrente série de oito vitórias, muito por mérito da organização defensiva do adversário e por algum défice de velocidade da nossa equipa. Mas não deixou de ser uma vitória justa e merecida. 

Ao longo da primeira parte, desenhámos belas jogadas em ataque posicional, mas faltou alguma definição no último passe. O Peseiro abdicou de jogar com ponta-de-lança para povoar mais a defesa e o meio-campo, explorando a velocidade do Rafinha e do Heldon em transições rápidas, apoiadas na qualidade de passe do Mattheus Oliveira. O Vitória conseguiu assim construir alguns contra-ataques, sobretudo pelo seu flanco esquerdo, que terminaram em cruzamentos perigosos. Por duas vezes, valeu-nos o Grimaldo a desfazer o perigo, dobrando os centrais no coração da nossa área. No resto do tempo, só deu Benfica. Tivemos muita posse de bola no meio-campo adversário e conseguimos reciclar os ataques com muita frequência. Mas os passes para finalização não estavam a sair letais e encontravam sempre um pé ou uma perna vimaranense a impedir que a bola chegasse ao nosso matador. Ou até a mão do João Aurélio. Só que com a mão não vale e, desta vez, o VAR viu e avisou o árbitro. Penálti tão indiscutível quanto indefensável - é assim Jonas, com força e para a malha lateral! 




O 1-0 ao intervalo deixava boas perspectivas para a segunda parte, ainda para mais com a vantagem de atacarmos para a baliza grande. O Grimaldo voltou a estar em destaque, mas agora na área adversária. Por duas vezes, surgiu isolado na cara do guarda-redes, mas não conseguiu concretizar. Teve ainda um remate a obrigar o Miguel Silva a defesa apertada. O jogo de paciência e desgaste praticado pelo Benfica começava a abrir brechas no bloco minhoto, mas ainda faltava o golo da tranquilidade. O jogo parecia controlado (na segunda parte, apenas por uma vez o Vitória conseguiu sair com perigo) mas era muito arriscado mantermos a vantagem mínima. 



Felizmente, temos no banco a solução para estas situações. Um verdadeiro game changer, de seu nome Raúl Alonso Jiménez Rodríguez. Desta vez, o nosso Furacão Mexicano juntou ao enorme entusiasmo com que entra em campo sempre que é chamado a mais bela Letra do abecedário futebolístico! Assistência sublime para o Jonas bisar e fechar a contagem em 2-0. Este já está. Agora é invadir o Bonfim em busca da nona!




JONAS - a queda de um mito
"Ah e tal, o Jonas não pode jogar sozinho na frente" Quantas vezes ouvimos esta verdade insofismável ao longo das últimas épocas? Também eu alimentei este mito, convencido que seria um desperdício de talento entregarmos o Jonas à marcação dos centrais e tirá-lo daquele espaço entre-linhas, onde ele define como ninguém. Pois bem, a verdade é que o mister Vitória conseguiu resolver a quadratura do círculo e hoje temos o melhor Jonas de sempre... a jogar sozinho na frente! Tal como numa escala musical, a recepção ao Vitória de Guimarães marca o fecho de um ciclo iniciado precisamente na deslocação à cidade berço, em 5/11/2017. A 11ª jornada marcou a estreia deste sistema. Nessa altura, foi necessário Inovar para Ganhar. Passada uma volta completa no calendário, temos a equipa bem afinada neste apaixonante 4-3-3, a tocar uma oitava (vitória consecutiva) acima!

                            Ficha do jogo (aqui)