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Se todas as batalhas da

"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Não morreu nada!



Nunca te conheci pessoalmente mas hoje perdi um amigo
Foram mais de vinte concertos nos últimos trinta anos
A ouvir o teu rock e a sorrir com o teu sorriso
Não estou preparado para não te ver mais, ao vivo. Vivo!






quarta-feira, 29 de novembro de 2017

E agora, místeres? / Foi uma honra, Imperador!




Será que vamos apresentar no Dragão o sistema dos últimos jogos? Provavelmente sim. Então e se, num golpe de asa, o míster Rui Vitória surpreendesse o seu oponente e regressasse ao 4-4-2? Teria essa surpresa algum efeito? Fará muita diferença na preparação do jogo por parte do Porto assumir que o Benfica vai utilizar um ou outro sistema? 

E o Porto? Vai apresentar o 4-3-3 que tem utilizado perante os adversários mais fortes ou vai arrogar-se a superioridade conferida pela tabela classificativa e optar pelo 4-4-2?

Não me recordo da última vez em que houvesse dúvidas sobre os sistemas a apresentar por ambas as equipas. O Porto vem de muitos anos a utilizar o 4-3-3 e o Benfica o 4-4-2. Esta época, o Sérgio Conceição introduziu um arrojado 4-4-2 que deu bons resultados iniciais, mas que entretanto teve de corrigir nos jogos mais exigentes. Por sua vez, o Rui Vitória vem trabalhando o 4-3-3 nos últimos jogos. A verdade é que ambos os técnicos dispõem neste momento de dois sistemas credíveis e prontos-a-usar.

Especulemos, então. Começando pelo anfitrião, estou em crer que será utilizado o 4-3-3 com reforço do meio-campo e Marega pela direita:


O terceiro médio também poderá ser o André André, que até espuma quando vê o vermelho à frente, em vez do Sérgio Oliveira. Também poderá jogar o Maxi a lateral-direito e o Ricardo à sua frente em vez do Marega. Ou então, a opção pelo 4-4-2, procurando afirmar superioridade e correndo maior risco:




Curiosamente, sinto mais dificuldade em adivinhar o Onze do Benfica. Começando logo pela baliza: joga o Svilar ou o Varela? Eu prefiro o Svilar, mas também aceito que o míster mantenha o Varela. E na frente, será jogo para o Jonas? Tenho defendido que o 4-3-3 com o Jonas na frente é mais adequado para jogos em que assumimos a superioridade, com muita posse de bola no meio-campo adversário. Não creio que seja esse o contexto no Dragão. Por outro lado, não faz sentido tirarmos da equipa um avançado que leva dez jornadas consecutivas a marcar...Este seria um Onze sem surpresas, privilegiando a continuidade. Na esquerda, também pode jogar o Zivko ou o Diogo Gonçalves.



Parece-me importante não desfazer o triângulo central Fejsa-Pizzi-Krovi e não tirar o Jonas da equipa. 
Ao mesmo tempo, receio que seja uma missão de muito sacrifício para o Pistolas, a lutar sozinho contra os centrais e com muito campo à sua frente durante boa parte do tempo. Podemos fazer algo diferente, um sistema híbrido entre o 4-3-3 e o 4-4-2:



Aqui o Jonas teria a ajuda do Sefero, (mas também podia ser o Raúl) para criar a dúvida entre o lateral (Ricardo) e o central (Filipe), para explorar a profundidade, e para entrar na batalha aérea. Será que conseguimos fazer isto sem desguarnecer o flanco esquerdo?

Bom, este treinador de bancada deixa aqui algumas ideias e muitas dúvidas. Agora, têm a palavra os místeres!






Foi uma honra, Imperador!


O Benfica emprestou uma nova vida à carreira desportiva do Júlio César e ele retribuiu com o seu prestígio, experiência e qualidade. Ajudou-nos a ganhar mais oito troféus. Foi um exemplo dentro e fora das quatro linhas. Humilde na chegada e digno na partida. Um atleta que engrandeceu o enorme Benfica. Um senhor. Para nós, uma honra. Para ele, um orgulho. Muito obrigado e muito boa sorte, Imperador! 







                           
                             AVE, CÉSAR!


segunda-feira, 27 de novembro de 2017

QUARTA A FUNDO























Já temos experiência suficiente para não embandeirar em arco só por causa duma goleada sobre o Setúbal. Ainda para mais contra dez desde o final da primeira parte e frente a uma equipa/clube em convulsão. Mas lá que veio mesmo a calhar, lá isso veio!

Mais importante que a goleada foi termos alcançado a quarta vitória consecutiva na Liga e, sobretudo, esta ter permitido encurtar a distância para o primeiro lugar mercê do empate dos corruptos na Vila das Aves. Em apenas vinte e quatro horas assistimos a uma mudança de cenário na antecâmara do Clássico da próxima sexta-feira. Agora, é o Benfica que surge em crescendo e o Porto talvez menos confiante. O dia 1 de Dezembro poderá ser o da restauração...da nossa liderança. Seja como for, e este aspecto é muito importante, qualquer que seja o resultado no Dragão continuará tudo completamente em aberto.

Mas ainda teremos tempo para abordar o Porto-Benfica. Por agora, saboreemos estes seis chocos frritos com que presenteámos os sadinos.

- Dois golos na sequência de bola parada. O primeiro, logo aos 7', livre lateral cobrado pelo Pizzi e assistência do Jardel para o Luisão finalizar com o pé esquerdo. O Capitão já andava a rondar o golo há alguns jogos e mereceu este, até pela enorme exibição que viria a fazer.

- O segundo, aos 39' num canto marcado pelo Pizzi, assinala um registo fabuloso do Pistolas que chega aos 100 de águia ao peito. É obra!



- O terceiro, logo no início da segunda parte, premeia uma bela jogada pela direita, com assistência do Pizzi (mais uma) e frieza do Salvio na finalização.

- O quarto foi o segundo do Jonas mas devia ter sido o seu terceiro, pois marcara dois minutos antes após um fora-de-jogo muito mal assinalado ao Pizzi. Mas aos 66' valeu. Toque de cabeça do André Almeida dentro da área e excelente execução do Jonas num remate à meia volta.

- Aos 68' o quinto. O André Almeida não queria marcar, mas lá teve que ser...Tentou assistir o Pizzi, o defesa cortou mas devolveu-lhe a bola e o André encostou então ao primeiro poste.

- Para fechar a meia-dúzia ainda tivemos direito a mais um choco, agora com sabor a frango, servido pelo Cristiano a remate do Zivkovic, aos 87'. O Zivko que, diga-se, entrou em campo aos 60' e apareceu em excesso de velocidade, rebentando várias vezes com quem lhe aparecia pela frente no flanco esquerdo. A sua entrada correspondeu à saída do Grimaldo, baixando o Cervi para lateral esquerdo. Esta é uma opção que já tem sido utilizada algumas vezes em desespero de causa, mas não tem de ser necessariamente assim. O argentino, graças à sua entrega inexcedível, pode mesmo ser uma alternativa para esta posição.

Outras notas:

- É uma delícia ver o Krovinovic a jogar, não é? O toque de bola, a inteligência, a garra! A forma como dá sempre uma linha de passe simples ao colega portador da bola, a forma como a entrega sempre redondinha! Tudo indica que é um digno portador da camisa 20, um herdeiro à altura de Simão Sabrosa, Di Maria e Gaitán, ainda que num estilo mais próximo do Pablo "El Mago" Aimar. É uma delícia, não é?

- Será que o Pizzi voltou? Pelo menos, fez o seu melhor jogo da época até à data, oxalá assim continue. Talvez seja o principal beneficiário da presença do Krovi, pois agora as funções de construção e criação são divididas pelos dois. A propósito, não acham que é uma delícia ver o croata a jogar à bola?

- Quem era aquele extremo que apareceu a voar pelo flanco direito no final da primeira parte e até expulsou um adversário? A jogada parecia do Salvio mas este é mais alto e mais moreno. Ah, espera, era o Luisão!! Enorme Capitão!



- O Varela, apesar do pouco trabalho, esteve bem. Apreciei especialmente não ter largado aquela bola mesmo depois de ter sido carregado por um adversário.

- Pasito a pasito, o Jardel vai recuperando a forma, mas ainda não está lá.

Colectivamente, gostei de ver a pressão alta e consequente recuperação de muitas bolas no terço ofensivo. Gostei ainda mais de termos concedido pouquíssimas (uma?) ocasiões de perigo ao adversário. Com 2-0 ao intervalo e menos um jogador para o Setúbal, a segunda parte tornou-se quase um treino de organização ofensiva. Foi bom ver a equipa insaciável a atacar e sempre à procura de aumentar a contagem. Foi bom rever a equipa alegre, solta e confiante!

Mais um jogo em 4-3-3 com o Jonas na frente em que se comprova que este pode ser o plano A, pelo menos em jogos em que tenhamos muita posse de bola e muita presença no último terço.


                            ficha do jogo (aqui)




sábado, 25 de novembro de 2017

4-4-2 vs 4-3-3 (Jonas vs Krovinovic?)













Pela primeira vez em muitos anos no nosso Benfica este tema está em cima da mesa: qual será o melhor sistema táctico para esta época? O habitual e muito vencedor 4-1-3-2 ou o recentemente utilizado 4-3-3? 

Sendo um tópico muito interessante, não é este o principal quando se aborda o futebol praticado por uma equipa. Aliás, os treinadores não se cansam de repeti-lo, "mais importante que o sistema é o modelo de jogo." Ou seja, a definição do comportamento da equipa nos diversos momentos do jogo (organização defensiva, organização ofensiva, transição defesa/ataque, transição ataque/defesa e também as bolas paradas) sobrepõe-se à questão do sistema táctico a utilizar. Assim, é mais importante definir, entre outras coisas, se uma equipa constrói preferencialmente os seus ataques a partir de trás ou se joga directo na frente em busca da segunda bola. Se faz pressão alta e procura recuperar a bola no terço ofensivo ou se pratica a "andebolização" do futebol, recuando as suas linhas até ao terço defensivo. Estes e outros aspectos são mais determinantes na forma de jogar das equipas do que propriamente o sistema. De resto, diferentes sistemas podem ser utilizados num pré-determinado modelo de jogo.

Mas a questão premente agora é mesmo o sistema. Pelo menos desde 2009/2010 (o Quique jogava num 4-2-4 muito manhoso) que nos habituámos a jogar e ganhar com dois avançados-centro e dois médios-centro. Ganhámos cinco dos oito campeonatos a jogar assim. Os pontos acumulados na Europa permitiram-nos marcar presença regular no top 10 do ranking da UEFA, em duas finais da Liga Europa, uma meia-final (ninguém se lembra desta!) e em dois quartos-de final da Liga dos Campeões. 

Existe a ideia, creio que maioritariamente aceite, que o 4-4-2 nos torna mais fortes ofensivamente, pela presença de dois homens na área, mas porventura mais débeis defensivamente, pois os dois médios debatem-se na maior parte das vezes com três adversários na zona central. Mas não tem de ser necessariamente assim, tudo depende das dinâmicas e da entre-ajuda de todos os elementos.



O sistema ideal para o Jonas.



Relativamente ao 4-3-3, é comum ouvirmos que garante mais equilíbrio defensivo, mas torna-se mais fácil de anular ofensivamente. E no entanto, lá está, não tem de ser necessariamente assim, tudo depende das dinâmicas e da entre-ajuda de todos os elementos.


O sistema ideal para o Krovi?


Depois, há a questão dos treinadores, que se dividem em duas doutrinas. Eu diria, o "treinador do sistema" e o "treinador dos jogadores". O primeiro molda, adapta, força, compra os jogadores para encaixar no SEU sistema. O segundo parte das características dos melhores jogadores para escolher o melhor sistema. E há os híbridos, claro. Por exemplo, facilmente identifico uma equipa a jogar à Guardiola, mas tenho mais dificuldade em identificar uma equipa a jogar à Mourinho (a não ser pelo pragmatismo). E o nosso mister? Terá ele uma ideia fixa sobre o sistema a utilizar? Creio que não. Creio que será mais treinador para adaptar o sistema aos melhores jogadores.




É aqui que entra o busílis da questão! E agora não me resta outra solução senão partir de alguns postulados. Aceitemos que o Jonas (já provado) e o Krovinovic (ainda por provar, mas tenho forte convicção) são os melhores jogadores do nosso plantel. Aceitemos também que o sistema que mais favorece o Jonas, ou seja, que nos permite tirar mais rendimento das suas qualidades, é o nosso tradicional 4-1-3-2, jogando o Pistolas atrás do 9. Então precisamos que o Krovi consiga ser o 8 num meio-campo a dois. Terá ele essa capacidade? É que é muito diferente do que ser um de três.

Ideal para o Jonas, nem tanto para o Krovi?


Por outro lado, se quisermos construir a equipa a partir do Krovi, dando-lhe o conforto necessário para ele fazer aquilo que faz melhor, i.e., ligar todas as peças do xadrez (vide segundo golo com o Vit.Setúbal desde o início da jogada, em que ele troca a bola com sete colegas antes de finalizar), construir sem ter uma tremenda preocupação em defender, e ainda aparecer em zonas de finalização, então o sistema mais indicado será com três médios. O que implica deixarmos o Jonas "sozinho" na frente, com enorme desgaste e uma área imensa para percorrer. Sim, pode funcionar, mas acho que só em jogos em que tivermos muita posse de bola e passarmos muito tempo no meio-campo adversário.

Ideal para o Krovi, difícil para o Jonas


#Bom-senso mode off (saravá Bragatti!) 
Dá vontade de jogar com 12, não é? Podíamos aproveitar agora, que o clima é de paz e concórdia, para colocar essa petição à Liga.
#Bom-senso mode on

Há uma solução aritmética que permite jogar com estes dois craques na sua praia, o 3-5-2. Mas os custos de adaptação de toda a equipa a esse sistema parecem-me incomportáveis no contexto actual.

Resumindo e baralhando, temos aqui um belo dilema para apreciar e discutir. Ou então, diferentes soluções para diferentes problemas!

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

O MAL ESTAVA FEITO


O jogo de ontem foi apenas a confirmação de uma época desastrosa nas competições europeias. As duas derrotas iniciais já nos tinham condenado ao fracasso na Liga dos Campeões. As derrotas com o Manchester United eram previsíveis. Ontem, mais do que a improvável continuação na Europa, estava em causa a imagem da equipa que se apresentou neste grupo oriunda do pote 1. Lamentavelmente, esta voltou a sair danificada após mais um jogo muito fraquinho da nossa parte.

Agora é fácil falar, mas eu já tenho esta opinião há muito tempo. Este não era jogo para deixarmos o Jonas sozinho na frente. O 4-3-3 com o Jonas só faz sentido em jogos em que tenhamos muita posse de bola e passemos a maior parte do tempo instalados no meio-campo adversário. Caso contrário, o Jonas acaba por passar o tempo a "apanhar bonés" e a desgastar-se em correrias atrás dos defesas. Para isso temos lá o Raúl. Junte-se a este equívoco táctico mais um golo sofrido de forma irregular logo aos 13' e temos a descrença a apoderar-se da equipa, com todos os jogadores a jogarem claramente abaixo daquilo que sabemos que são capazes. Louve-se, ainda assim, a atitude do Salvio, o único que me pareceu empenhado em remar contra a maré.

Este ano não nos apresentámos no nível Champions e a Europa não nos perdoou. Pelo contrário, castigou-nos com golos esquisitos, auto-golos e arbitragens nefastas. Saímos com a reputação danificada e o ranking amachucado. Teremos de voltar bem mais fortes na próxima época para retomarmos o processo de convergência com a elite europeia.

Agora o que importa é limitar os danos. Agarrar com unhas e dentes a "vida que resta para além da Champions". Dar continuidade à melhoria verificada nos jogos anteriores. Valorizar a evolução da equipa que resultou da inclusão dos novos titulares; Svilar, Rúben e Krovinovic. Acredito que o croata será peça-chave no caminho do Penta. Talvez até seja por causa dele que passámos a jogar em 4-3-3, o sistema que mais favorece os seus notáveis atributos. Temos que consolidar o que temos feito de melhor e eliminar de vez a letargia que tantas vezes tem dominado a equipa. Temos qualidade que chegue! Há que evidenciá-la em campo, em todos os jogos!

Por mim, por nós, pelo Benfica, lá estarei novamente no Domingo a apoiar a equipa em busca da quarta vitória consecutiva no campeonato!

FORÇA BENFICA!!

(Miguel Costa, um benfiquista muito satisfeito com o que tem acontecido nos últimos anos e muito animado com o que vai acontecer nos próximos.)

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

INOVAR E GANHAR

























Trocámos um 9 por um 8 e saímos a ganhar! O sistema apresentado pelo mister em Guimarães foi uma inovação quase absoluta. Não foi a primeira vez que jogámos com três médios - este ano já o tínhamos feito nos dois jogos com o Manchester e com o Braga na Taça da Liga - mas foi a primeira vez com o Jonas como único avançado centro. (Se a memória não me falha, apenas tinha acontecido na Supertaça de 2015, o primeiro jogo oficial do Rui Vitória).

Como tudo na vida, esta opção tem vantagens e desvantagens. As primeiras foram evidentes na primeira parte e as segundas... na segunda. Gostei muito da nossa primeira parte. Tivemos muita posse de bola e criámos várias situações de perigo, beneficiando da mobilidade permanente do quinteto mais avançado. Nunca deixámos o Vitória pegar no jogo nem criar perigo. Fejsa, Krovinovic e Pizzi no centro. Diogo e Salvio nas alas. E o Jonas, em boa verdade, a fazer o mesmo tipo de movimentos que costuma fazer quando joga atrás do ponta-de-lança. Ora baixando para combinar com os médios, ora aparecendo nas alas arrastando a marcação. Por isso digo que trocámos um 9 (Seferovic) por um 8 (Krovinovic). 

No espaço deixado vazio pelo Pistolas apareciam à vez os extremos, o Krovinovic ou o Pizzi. As tarefas habitualmente desempenhadas por este no início de construção foram ontem divididas - e muito bem - pelo Krovi, entrando o transmontano mais vezes na segunda fase de construção, em zonas mais adiantadas. Resultou muito bem. Fizemos golo aos 22' numa jogada simples e bonita: passe longo (do Luisão?) para o André Almeida, tabela e abertura do Krovimodric de novo para o lateral e bom passe deste para o exímio Jonas encostar de pé esquerdo. 13 golos em 11 jogos na Liga. 9 consecutivos a marcar!

Ao contrário do que tem sucedido após abrirmos o marcador, continuámos no mesmo registo. Até ao intervalo os sinais de perigo continuaram a ser nossos, pelo Diogo e pelo Salvio. A segunda parte mostrou-nos a outra face deste sistema. Com menos posse de bola por causa da reacção dos vimaranenses, não conseguimos continuar a jogar em futebol apoiado. Foi então que sentimos falta da referência na frente para segurar ou esticar o jogo em momentos de aperto. Ao contrário do Raúl ou do Seferovic, o Jonas dificilmente consegue ganhar o confronto físico com os centrais e também não dá para explorar a profundidade.

Posições médias aos 54'.Fonte:Goalpoint
Este sistema pede muita posse de bola e muita mobilidade. Faltando o primeiro factor, o nosso único avançado tornou-se presa fácil. Conseguimos aguentar o ímpeto vitoriano, cedendo vários cantos até ao segundo golo, aos 76'. Krovinovic (dois passes para assistência), Jonas e grande trabalho do Samaris a aguentar uma carga e a finalizar com classe. Ganhámos capacidade de combate com a entrada do grego para o lugar do Pizzi (aos 64') e mantivemos a qualidade e o critério na construção pelo Krovinovic. Três minutos depois do segundo, tivemos direito ao golo do descanso marcado pelo Salvio, após passe do Diogo Gonçalves. O Toto foi sempre um quebra-cabeças para os adversários e mereceu o golo pelo muito que lutou, ainda que nem sempre tenha tomado a melhor decisão. E que belo golo, um chapéu curto telecomandado para a baliza!


Uma intercepção infeliz do Cervi e um remate do Rafel Martins entre as pernas do Luisão não permitiram que o Svilar mantivesse a baliza a zeros, e aos 86' sofremos o 3-1. O Svilar teve várias boas intervenções e uma saída precipitada que lhe valeu um amarelo.

A precipitação na saída vai acontecer mais vezes, é o preço a pagar por termos um guarda-redes que dá um enorme respaldo à defesa e lhe permite o adiantamento. Com o tempo, vai melhorar a leitura dos lances e a decisão sobre a saída; que aprenda rapidamente e erre apenas uma vez em cada cinquenta ou em cada cem.



O árbitro ainda teve tempo para ver um penalti do André Almeida, felizmente não convertido, depois de não ter assinalado um sobre o Salvio. Isto para além do fora-de-jogo mal assinalado ao Jonas na cara do GR. 

Boa atitude, boa exibição e terceira vitória consecutiva na Liga! Podíamos ter ganho mais pontos aos rivais se os árbitros não tivessem voltado a ajudá-los. Mas isto vai-se compor! 


                               ficha do jogo (aqui)

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

We could be heroes...

























Só por um dia... podíamos ter sido heróis no Teatro dos Sonhos! 

Faltaram-nos algumas coisas para trazermos pelo menos o empate de Manchester. Faltou-nos algum controlo e faltou-nos algum acerto. Faltou também um árbitro com uniformidade de critérios e faltou-nos sorte. A bola deles vai ao poste e entra, a nossa vai ao poste e sai. O nosso guarda-redes defende um penalti, tem mais uma série de excelentes intervenções, e depois é apunhalado pelas costas.

O que não nos faltou foi atitude! Os nossos jogadores acreditaram sempre e deram tudo até ao fim. Conseguimos dividir o jogo com o melhor Manchester dos últimos anos e criar-lhes sérias dificuldades, muito mais do que na Luz. Eles foram superiores no pragmatismo e na exploração dos nossos pontos fracos.

Concordo com a abordagem ao jogo, em 4-1-4-1, num bloco compacto, não muito baixo. Conseguimos conter o jogo interior do Manchester e forçá-los a jogar por fora ou em lançamentos longos, quase sempre bem controlados pela dupla de centrais (bom regresso, Jardel!) e pelo Svilar. Conseguimos sair com critério e tivemos muitas aproximações à área deles, mas só em remates de longe criámos grande perigo. Valente Diogo!




E depois aconteceram os lances cruciais que ditaram o resultado: o penalti não assinalado sobre o Pizzi; o remate do Matic que o Svilar não consegue desviar do poste e lhe bate nas costas; o remate do Raúl ao poste; e o penalti do Samaris na auto-estrada aberta pelo Douglas. 

Foi pena, mas não foi aqui nem na jornada anterior que comprometemos o objectivo Oitavos-de-Final. Pelo contrário, deste jogo podemos e devemos retirar alento para os próximos, começando já no domingo em Guimarães. O impressionante apoio dos nossos adeptos durante todo o jogo e a comunhão com a equipa no final são o caminho a seguir! Com esta atitude e união voltaremos a ganhar habitualmente!






















(ficha do jogo, aqui)


ALGUMAS APRECIAÇÕES INDIVIDUAIS

Talvez pudesse ter feito um bocadinho melhor no remate do Matic, mas o Svilar não merecia aquele azar. De resto, esteve muitíssimo bem no controlo da profundidade, entre os postes e nas 'manchas'. Foi mais uma etapa que lhe deu experiência e o torna mais forte.






É uma pena, o Douglas. Com a bola nos pés no meio-campo adversário até se torna um jogador interessante. Consegue criar desequilíbrios graças aos seus recursos técnicos e imprevisibilidade. Quando melhorar o entrosamento com os colegas, podemos tirar mais partido dos seus movimentos interiores. 
Mas a defender é... quase cómico. Logo pela forma como coloca o corpo em relação ao adversário se percebe que vai ser 'comido'. São erros básicos, de formação, virtualmente impossíveis de corrigir aos 27 anos. 

Do Rúben Dias, já basta dizermos que esteve ao seu nível habitual para dizermos que fez uma grande exibição! O Jardel também esteve bem. O Samaris teve muito trabalho, ajudou imenso a fechar o flanco direito, cometeu alguns erros forçados. Quem voltou a cometer imensos erros não-forçados foi o Pizzi, que tarda em reencontrar-se. O Salvio e o Raúl lutaram até à exaustão e foram sempre um incómodo para a defesa contrária. O Diogo Gonçalves foi o nosso melhor jogador e podia ter sido o Rei da noite.

Por falar nisso, fiquemos com o excelente tema do Bowie que inspirou o título desta crónica.