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Se todas as batalhas da

"SE TODAS AS BATALHAS DA HUMANIDADE SE TRAVASSEM APENAS NOS CAMPOS DE FUTEBOL, QUÃO BELAS SERIAM AS GUERRAS!" (Augusto Branco)

quarta-feira, 29 de junho de 2016

EURO 2016 (parte V)...e voltámos aos treinos!


OS VIKINGS!


Vêm aí os Quartos-de-Final e lembro-me, desde pequenino, de serem estes os jogos mais espectaculares das fases finais de Europeus e Mundiais. 

Uma coisa é certa: temos aqui a verdadeira Final. A Alemanha e a Itália são, de longe, as equipas mais fortes deste Europeu e é uma pena que uma fique já por aqui. Vou manter a minha aposta na Itália, sabendo que será necessária uma super-mas-não-impossível Alemanha para derrotá-la. É jogo para ficar na História dos Europeus.

Uma França com dificuldades defensivas, mas grande potencial ofensivo conta com Payet (para mim, uma das revelações do Euro) e um inspiradíssimo Griezman, enquanto o melhor Pogba ainda não apareceu, para defrontar a sensação da prova: a Incrível Islândia! Dou ligeira vantagem à França.

A Bélgica também já mostrou ser capaz de grandes momentos ofensivos, mas por vezes a equipa parte-se e expõe-se muito. Com a Hungria, não fora o Hazard ter começado partir a loiça aos 79 min. e podiam ter tido... azar. Serão Bale, Ramsey e Allen capazes de levar o País de Gales aos céus? Eu acredito. 

Quanto a Portugal, defronta um adversário teoricamente inferior, o que nos tem causado grandes dificuldades. Espero que os polacos não adoptem um jogo excessivamente defensivo. A malfadada ausência de um verdadeiro ponta-de-lança condiciona imenso o nosso jogo em ataque continuado, provoca extrema ansiedade e origina desequilíbrios defensivos. As nossas hipóteses de sucesso serão tanto maiores quanto maior for o atrevimento da Polónia.

Já repararam que nem se tem falado de arbitragens? Grande nível, até ver.


E agora algo muito mais importante: os nossos tricampeões regressaram ontem ao trabalho. A conta-gotas, como é próprio das grandes equipas que têm internacionais nas diversas competições em curso. Gostei muito da entrevista do nosso mister. No seu estilo habitual, com serenidade e confiança, batendo nas teclas certas. Será interessante verificar em que medida conseguiremos tirar partido desta ser a sua segunda época ao comando do Glorioso. Com a maioria dos jogadores já habituados à sua forma de trabalhar e identificados com as suas ideias, será possível queimar etapas nesta fase inicial. O programa de estágio e o calendário dos jogos de preparação também estão mais adequados a um início de época condizente com os nossos objectivos desportivos.

Uma nota: se conquistarmos a Supertaça, Rui Vitória alcançará o terceiro título no seu primeiro ano de Benfica.



domingo, 26 de junho de 2016

O EURO 2016 (parte IV)


CROÁCIA, 0 - PORTUGAL, 1

















Mais vale ter só organização defensiva do que não ter organização nenhuma.

A vitória de Portugal sobre a Croácia, com alguma sorte, foi uma vitória da humildade, da concentração e da solidariedade. Portugal foi uma equipa coesa a defender e pouco afoita a atacar. Não sendo entusiasmante, será talvez a abordagem que nos dá mais probabilidades de vencer, uma vez que em ataque continuado esbarramos invariavelmente na ausência de um ponta-de-lança.

Será porventura mais difícil manter esta abordagem frente à Polónia, devido à disposição mais especulativa e menor estatuto do adversário. Mas pelo menos, que seja possível a equipa jogar junta, com os sectores próximos, originando um jogo muito disputado em cada bola e muito dividido. 
Equilibrando o jogo na luta, poderá prevalecer a superioridade técnica dos nossos jogadores. 

Só uma pergunta, de quanto tempo precisará ainda Fernando Santos para 
perceber que isto é Renato Sanches e mais dez?!

quinta-feira, 23 de junho de 2016

O EURO 2016 (parte III)

Irlanda do Norte
País de Gales 










Terminada a fase de grupos verificamos que as equipas apuradas para os oitavos de final validam a ideia de incluir vinte e quatro selecções na fase final do Euro. Ao contrário do que previra, não notei mais preocupações defensivas que o habitual por causa do apuramento dos terceiros classificados. Ainda bem.  O equilíbrio foi a nota dominante e gerou algumas surpresas e meias-surpresas:
País de Gales apurado em primeiro lugar num grupo com Inglaterra e Rússia (a grande decepção do torneio); Irlanda do Norte apurada, superiorizando-se à Ucrânia; Croácia em primeiro no grupo da Espanha; e no nosso grupo Hungria e Islândia nos primeiros lugares com Portugal repescado nos "menos maus" terceiros.

Os oitavos prometem. Desde logo uma final antecipada com um Itália-Espanha. Aposto na Itália. A certeza de que País de Gales ou Irlanda do Norte chegarão aos quartos-de-final. Também a Suiça ou a Polónia lá chegarão. França, Alemanha e Inglaterra são claros favoritos e será um escândalo se não passarem. Antevejo maior equilíbrio no Hungria-Bélgica e no Croácia-Portugal.

À nossa Selecção não falta atitude nem empenho dos jogadores. Falta organização e sobra ansiedade. Em níveis razoáveis, a ansiedade é uma boa ajuda, facilita a concentração e garante a entrega ao jogo. Mas quando excessiva, como me parece ser o caso, perturba o discernimento e complica as mais simples acções técnicas como a recepção da bola e o passe curto. Temos visto os nossos jogadores cometerem demasiados erros não-forçados.
A desorganização táctica resulta de vários equívocos no plano de jogo. Temos um meio campo bom de bola, mas abusa-se dos passes longos a partir da defesa. Vemos dois ou três jogadores a pressionar alto e o resto da equipa "escondida" lá atrás. A distância entre linhas é muito grande e, por demasiadas vezes, parece que cada jogador está a jogar o "seu" jogo.
O talento é óbvio, o empenho dos jogadores também me parece evidente, mas o conjunto não está a funcionar. O Fernando Santos ainda não encontrou o melhor onze, mas nós podemos ajudá-lo. Deixa aqui a tua sugestão!

A minha é:
Patrício, Vieirinha, Fonte, Carvalho e Guerreiro. Adrien, João Mário, Renato e Rafa. Ronaldo e Nani.







quarta-feira, 15 de junho de 2016

O EURO 2016 (parte II)


Ao quinto dia de jogos a nota dominante continua a ser o equilíbrio. Apenas três das primeiras doze partidas terminaram com diferença superior a um golo (2-0 nos três casos). Para além do francês Payet, já referido, destaco também as exibições de Modric pela Croácia e Éder pela Itália.



O empate de Portugal não é dramático em termos de apuramento, mas revela algumas dificuldades já esperadas: a incapacidade de fixar o jogo ofensivo devido à ausência de ponta-de-lança, a missão de sacrifício a que ficam sujeitos os avançados (Ronaldo e Nani), passando muito tempo sem bola, tendo que saltar com os centrais e correr atrás dos defesas. Ontem verificou-se também um preocupante desacerto defensivo, não apenas no golo sofrido. O que achei mais estranho foi a nítida quebra de rendimento da primeira para a segunda parte. Estará relacionada com a incapacidade do Moutinho ser omnipresente, como nos habituou, ao longo da sua carreira?
Certamente ocorrerão alterações na equipa para Sábado, frente à Áustria. Aceitam-se sugestões! Deixa o teu "onze" na caixa de comentários.

Registo ainda para a Alemanha e para a Itália, na minha opinião, as equipas mais fortes no momento em que todas as vinte e quatro já realizaram um jogo. Na Alemanha, apreciei a utilização de Mario Goetze como falso ponta-de-lança, baixando muitas vezes para a posição "10", abrindo espaço para a entrada de Thomas Mueller no espaço "9", saindo da direita.
Também gostei da demonstração de poder italiano, com três centrais afinadíssimos, cinco médios todo-o-terreno e dois avançados muito móveis. Impressionante o Éder - joga como o Jonas, corre como o Lima!

O Euro 2016 está a ser bom e o melhor está para vir! Bons Jogos!


sábado, 11 de junho de 2016

O EURO 2016 (parte I)

Primeira ronda de quatro jogos, dois grupos apresentados. Destaca-se a alta intensidade, o equilíbrio e as boas ideias de todas as equipas. Destaque também para o artista Payet e os cânticos dos adeptos galeses.


A inclusão de vinte e quatro equipas na fase final do Euro foi, como é da praxe, muito criticada. O receio legítimo é que a qualidade futebolística baixe para níveis desinteressantes, por causa das equipas mais fracas.

Não me desagrada este alargamento. Creio que o Futebol Europeu suporta bem vinte e quatro Selecções na sua prova final. É uma oportunidade para as equipas mais fracas se aproximarem das melhores e, se calhar, vamos constatar que afinal não são assim tão fracas. Economicamente também é bom, pois geram-se mais receitas para todos: Federações, UEFA, países organizadores, patrocinadores, etc.

Não gosto de um aspecto decorrente deste número de concorrentes: a possibilidade do terceiro lugar garantir o apuramento (em quatro dos seis grupos). Percebe-se a aritmética da coisa, mas torna o "pontinho" demasiado valioso e aumenta a probabilidade de vermos equipas apenas preocupadas em não perder. Mas isto desaparece nas fases a eliminar.

No futebol que será jogado, atrevo uma previsão: vamos ver várias equipas a jogar em sistemas "híbridos". Ou seja, nem em 4-4-2 puro, nem em 4-3-3 puro, mas sim variando entre estes dois sistemas durante o jogo, com os mesmos jogadores em campo! Voltaremos a abordar este tema.

Bons jogos!





quinta-feira, 9 de junho de 2016

A EQUIPA DE TODOS NÓS (?)


- Os Magriços são um caso à parte no Futebol Português -

Ao longo das várias décadas que já levo de fervoroso adepto deste magnífico jogo, só conheci um amor incondicional – a paixão avassaladora pelo Sport Lisboa e Benfica!

A minha relação de adepto com a Selecção Nacional tem conhecido altos e baixos, variando em função do grau de identificação que sinto com os jogadores que a representam em cada campanha, em função da competência que reconheço ou não à direcção técnica, em função do espírito que sinto existir, ou não, na equipa.

Dando alguns exemplos:
Em 84 chorei como uma criança (era mesmo uma criança) quando caímos aos pés da França de Platini. Nesta equipa que alcançou as meias-finais do Europeu brilhava a maior estrela da minha infância, o pequeno genial Fernando Chalana!

ver filme (5min)



Em 85/86, explodi de alegria com o golaço do Carlos Manuel em Estugarda que nos levou ao Mundial do México. Depois, não percebi o que aconteceu em Saltillo. Mas lembro-me que ansiava ver o Futre em acção, teve poucos minutos.




Em 91, estive lá com mais 130 mil, na velha Luz quando o Rui Costa converteu o penalty que nos deu o bicampeonato do Mundo de juniores, com Carlos Queiroz. Desiludi-me quando falhámos o apuramento para o Mundial de 94, com Carlos Queiroz.
Não senti ligação com a equipa de Oliveira em 96. Nem com a seguinte.

Em 2000, vibrei com o melhor futebol que já vi a Selecção de Portugal alguma vez praticar! Tínhamos um Dream Team que Humberto Coelho soube potenciar como ninguém. Mais uma vez, caímos aos pés da França nas meias-finais. Desta vez não chorei, mas custou-me muito. Não percebi a saída do seleccionador após este desempenho.




Em 2002, novamente Oliveira. Uma miséria!

Em 2004 foi uma festa! Chegar à Final foi fantástico, pena não termos ganho. Mas ganhámos balanço e estatuto internacional. Meias-finais no Mundial de 2006 e no Europeu de 2012 são feitos importantes.
Ao longo dos últimos 15 anos, a nossa Selecção tem marcado presença assídua no top 10 do ranking da FIFA e é um adversário temido por muitos e respeitado por todos.

Considero que neste Europeu que agora começa, o factor chave será a capacidade de adaptação da equipa para jogar sem ponta-de-lança fixo, algo que nenhum jogador está habituado a fazer no seu clube. A defesa é boa e o meio-campo é excelente, jogue quem jogar.
Se a dupla Ronaldo +1 (em princípio, Quaresma) for bem servida, podemos chegar longe.

Em todo o caso, temos uma equipa forte. Também não será fácil para os outros vencerem-nos. O treinador é competente e tem muita experiência, os jogadores são ambiciosos, talentosos e trabalhadores. Numa competição curta e equilibrada, a experiência, a concentração e o espírito de grupo são determinantes.

A ver vamos. Vai começar um Europeu e estão garantidas grandes jogatanas de Futebol!

sexta-feira, 3 de junho de 2016

OBRIGADO, KELVIN!


O pontapé do Kelvin acertou-me no estômago. Durante dois dias mal comi e mal dormi.

Desde então vencemos três campeonatos consecutivos. O facto de termos perdido o campeonato de 2013 aos noventa e dois minutos do penúltimo jogo, não nos matou. Tornou-nos mais fortes! 

Em 2013 perdemos depois de celebrar prematuramente, como se a vitória sobre o Marítimo tivesse selado o campeonato. Pagámos caro o erro. Mas aprendemos a lição e enquanto nos lembrarmos do amargo dessa derrota não o repetiremos. 

Esta aprendizagem tem sido válida para os jogadores e para nós, adeptos. Todos crescemos com o pontapé do Kelvin.
Ao longo destas três épocas temos sabido sofrer primeiro para depois festejar. Não demos nada por garantido e ajudámos a equipa a manter o foco. Sempre a apoiar! 

A Família Benfiquista ganhou maturidade competitiva com o pontapé do Kelvin. 

Os jogadores também aprenderam. Os acontecimentos traumáticos de maio de 2013 resultaram num acréscimo de experiência que se revela no aumento da concentração para cada jogo. No respeito efectivo por todos os adversários. Na percepção de que não há realmente vitórias antecipadas. 
É isto que tem permitido enfrentar cada jogo como se de uma Final se tratasse mesmo!, condição indispensável para vencer campeonatos decididos ao sprint.

Esta experiência foi um factor de crescimento do nosso Clube e é uma das razões do êxito da Família Benfiquista Tricampeã!
Por isso, digo: obrigado, Kelvin!


Há tempos, ouvi Pinto da Costa dizer que todos os dias revê as imagens do pontapé do Kelvin. Estime-as bem. Pode ser que passe mais algum tempo sem outras mais recentes...